19.4.12

O bem que a liberdade me faz


Sorria mais e viva mais! 
Aqui quem vos escreve é um ser livre para ser feliz, para cuidar de sua própria paz de espírito, equilíbrio de mente e saúde do corpo. Aqui quem vos escreve é alguém cuja a cruz se desfez e agora vive, porque a vida foi feita pra se viver e não para ser um fardo pesado sobre os ombros. A vida se move conforme você move seus pés, pernas, braços, mãos, olhos... vê? A vida se move com você. Ao contrário do que muitos pensam, que viver é estar fadado ao sistema, é carregar-se de compromissos, tradições e costumes... ah, a vida é mais até que tudo isso junto, muito mais.

Hoje, conversando sobre a vida, comecei a pensar e falar sobre tudo que vem me acontecendo nos últimos anos, meses, e semanas. A minha realidade mudou completamente. O meu dia a dia é outro. A minha vida parece ter aflorado e agora o meu compromisso é cuidar muito bem desse jardim, da vida. Depois de ler um livro muito bom que uma amiga me deu (Juliana - Juh Mara!), agora posso contemplar a vida como um jardim. A esta altura, ainda devo estar em fase de escolher as folhagens e as flores do meu jardim secreto, meu recanto, meu refúgio. Mas o formato eu já tenho em mente: leve, a vida deve ser leve.

Tha, Lú e Dã
Nos últimos sete anos, não só eu mas minha família sofreu baques quase que rotineiros. Foram tempos difíceis, mas só posso aqui retratar qual foi a minha forma de lidar com tudo o que aconteceu. Só sei qual foi o efeito disso tudo em mim e é disso que vou falar. A minha família era pequena e sem pai presente. Eramos eu, minha mãe e meus dois irmãos. Eu tinha 17 anos quando saltei do barco, pois ele estava afundando e eu não podia salvar a mais ninguém além de mim mesma naquele momento. Tempos difíceis, escolhas difíceis. Era inviável eu e meu irmão, com 16 anos na época, bancarmos os psicólogos ou psicanalistas de uma mãe que estava metendo os pés pelas mãos. Era responsabilidade demais e acredito que fomos até os nossos limites. Eu quase o ultrapassei, mas só quase. Então consegui sair sem sequelas emocionais maiores que uma depressão e mais alguns sentimentos mal resolvidos. Era até difícil acreditar em Deus naqueles tempos. Eu não conseguia acreditar na lição que a vida estava começando a nos dar. Porque sim, aprendi demais.

Mãe e Mayara, sete anos atrás...
Sem entrar em grandes detalhes sobre os tais problemas, entro agora nas diversas formas dificultosas que lidei com a situação. Bom, nos primeiros dois meses tive depressão. Trocava a noite pelo dia. Me sentia culpada. Como pude deixar minha mãe e minha irmã, que naquele tempo tinha 6 anos de idade, lá em Curitiba? Mas como eu conseguiria suportar mais um dia sequer convivendo com as paranoias bipolares da minha mãe? Como assistir tudo sem conseguir mudar nada? Como conseguir me manter sã? Eu estava doente, adoecendo junto com minha mãe. Não podia continuar lá, mas eu só consegui aceitar isso depois de alguns anos. O sentimento de culpa me perseguiu muito tempo. Mas que culpa teria alguém que chegou depois do problema? Ela tinha traços de bipolaridade antes mesmo de eu nascer. Enfim, a culpa não era minha, apesar de tê-la carregado voluntariamente por não entender isso, por ignorância.

Sair de fato não foi tão difícil, pois o lugar pra onde fui não era nenhum pesadelo. Pelo contrário, a casa das minhas tias - que era a casa da vó na minha infância - sempre foi um lugar de boas lembranças. Mas sabe como é, estava pra completar 18 anos. E então, revolta. A época mais maluca da minha vida começou. Não me envolvi com coisas erradas, pois logo completei 18 anos e então já podia consumir bebidas alcoólicas livremente. Fiz amigos a rodo, alguns que ficaram pelo caminho e uns poucos que caminham comigo até hoje. Fui pra festas, bares, churrascos que duravam três dias, enfim, saia de segunda à segunda. Sem pausa, sem pensar em nada além de diversão. Na verdade queria que o mundo explodisse, não acreditava mais em Deus, em amor, em família, em nada. Já trabalhava, tinha minha grana e pensava que não devia satisfações a ninguém. Só nisso dei trabalho. Como não dava satisfações, sumia e deixava preocupações. Tempo trash, viu. Além de beber muito, não fazia mais nada de errado ou excessivo. Foi nesse tempo também que conheci Ubatuba. Lá, ao contrário de quando estava em Bauru, me comportei até que bem melhor. Beber eu bebia, mas sabia que ali estava por minha conta e risco, maneirava. Tomava banho de mar todos os dias pela manhã e quase todas noites se não conseguia ir também a tarde. Minha vida ficou uma maravilha nos quase três meses que passei lá. Fiz amigos pra vida toda, como a Rose com que moro agora em Paraty. Descobri onde gostaria de me estabelecer no futuro, descobri que naquele canto do mundo eu seria feliz demais e coloquei isso como meta. Quando voltei a Bauru, o caos das noites sem fim também voltou, a rotina maluca de trabalho-festa-trabalho-balada-trabalho-boteco estava de volta. Não queria saber de mais nada, a revolta comia solta... rsrsrs.. que horror.

Aí veio uma fase de "namoro", que sinceramente, acho que tinha raiva de mim ou era muito carente. A pessoa que namorei não era de tudo ruim, além se ser do jeito dele anti-social e tal... mas no fim das contas tudo chegou ao fim por um tapa no rosto e por falta de ser homem de verdade. Ele me deu um tapa no rosto e aí o cristal quebrou, despedaçou e nunca mais colou. Não admito tapa no rosto e qualquer outro tipo de violência. Foi o fim de uma fase chocha e claro, junto com o ex-namorado se foram também algumas amizades. Se foram para que viessem novas, hoje tenho certeza!


um dia de aula, traduza
Nova fase à vista! Liberdade, liberdade! Voltei a sair, conheci muita gente nova e fiz amigos pra vida toda. Continuei bebendo muuuuuito. Fiz minhas primeiras tatuagens. Me estressava com notícias de Curitiba e ia direto pro bar, hahahaha... eita vida. Eita fuga contínua que era. Eu lembro que nessa fase eu até comecei a fumar. E eram no mínimo três cigarros por dia. Quando saia ia o maço todo. Terrível, nojento.. mas esse lance de fumar rotineiramente só durou uns meses, uns três ou quatro meses. Eu consegui enxergar que não adiantava nada fumar, que fumava como desculpa "estou nervosa, preciso fumar pra aliviar". Isso é realmente uma coisa idiota. E a gente acaba se viciando num ato fedido, que não dá benefício algum e te deixa cheio de rugas ao redor da boca se permanecer com isso por muitos anos! Eu consegui sair fora desse ciclo que tinha se tornado o cigarro diário movido a strees! Troquei por cenoura crua. hauahuahauaha..Comia cenoura no trabalho, durante o expediente. Cheguei a ganhar o apelido de coelhinha.. hahahaa... Bom, essa fase acho que foi uma das minhas melhores. Durou de 2008 à 2010. No meio, em 2009 comecei a faculdade. Como conheci gente, meu Deus! E como tinha festa, festa e festa. Era tão bom. Também foi em 2009 que comecei a dançar forró. Eita ano lindo! hahahaha... A essa altura eu já não me sentia tão culpada pelos acontecimentos em família, mas ainda guardava muitas mágoas e isso pesava tanto. Era muita angústia pra um coração só. Continuava de mãos atadas, sem poder fazer nada. Procurei ajuda médica, psicológica pra minha mãe, mas não consegui nada. Tudo dependia dela querer ser ajudada, coisa que nunca aconteceu.

Fase de namoro II. Uma fase linda com ótimas lembranças. Foi a fase que realmente parei de beber pra valer! hahahhaa... Tinha um ótimo companheiro. Atencioso comigo, sempre disposto a me ajudar. Lindo, carinhoso, diria que o sonho da maioria das mulheres do planeta. Já à partir de 2011 a fase com a família era muito mais delicada. Com os anos a situação da minha mãe foi ficando mais crítica e aí eu fiquei cada vez pior quanto a estabilidade emocional. Não conseguia mais administrar trabalho, estudos e os problemas como antes. Eu precisava mesmo era de ajuda de um psicólogo, mas nem disso fui atrás. Não sentia vontade de mais nada além de resolver tudo aquilo e de certa forma vejo isso como uma das coisas que me deixou fria em todas as outras áreas da minha vida, ou seja: relacionamentos e estudos. Que ano difícil, tenso, empurrado com a barriga. Eu não conseguia passar mais de dois ou três dias bem. era impossível. No fim das contas fui várias vezes a Curitiba, rolou um processo e minha mãe perdeu a guarda da minha irmã provisoriamente. Entre tudo isso o meu relacionamento quase perfeito miou. Digo quase pois tinha tudo pra dar certo e só não é perfeito por exatamente não ter dado. Acredito que não devia ser amor, pois com certeza a outra parte disso falaria que "você nunca me amou de verdade", e falo então que não era amor pra não contrariar. Mas se era amor, acabou. Como veio, foi. Mas foi muito bom enquanto durou. Voltando ao processo, ele ainda está em andamento e a condição para que a guarda seja devolvida a ela é ela aceitar e iniciar o tratamento que for diagnosticado necessário. A boa notícia é que minha mãe não se abateu mais do que por uns dias com isso. Ela está de volta à ativa, trabalhando como nunca, e sim, está ciente que vai passar por perícia médica e que vai fazer o tratamento que for necessário pra ter a Mayara de volta ao seu lado. Esse final de ano foi determinante em muita coisa da minha vida. O andamento desse processo, esses acontecimentos foram cruciais no meu processo de libertação pessoal. O que minha mãe me disse em dezembro, quando eu disse que não conseguia mais ter uma vida normal por ficar pensando nela e em tudo isso, em tentar ajudar ela e não conseguir. Ela segurou os meus braços, carinhosamente, e disse: Thais, vai atrás da sua felicidade, do que te faz feliz. Os meu problemas não são seus. Eu nunca carreguei os problemas dos meus pais e eles eram muitos. Você tem que ser feliz e cuidar de você, da sua vida. Eu vou conseguir resolver tudo isso. Gente, vocês não tem noção o poder que essas palavras tiveram. Sequer podem imaginar o peso de toneladas que saiu das minhas costas. Eu a abracei e chorei. Não conseguia imaginar como seria ela sozinha resolvendo tudo, mas hoje sei que estamos no caminho certo. Nos últimos meses ela perdeu todo o excesso de peso, está trabalhando a todo vapor e indo atrás das coisas do jeito dela, ainda um pouco perturbado, mas indo pro caminho certo. E isso tudo está sendo feito por amor. O amor de mãe e filha está movendo essa cura, se Deus quiser. Pois eu sei como minha mãe é com os filhos. Ela vai superar todos os seus medos e fantasmas. Toda essa confusão que essa doença torna a cabeça de alguém será superada por amor. E tudo vai ficar bem, amém.

Agora indo pra minha última fase: o bem que a liberdade me faz. Não sei se consigo descrever exatamente o que venho sentindo nos últimos dias. É uma felicidade tranquila, não saltitante, mas uma felicidade que contempla o passado e o presente e simplesmente agradece a Deus. Estou onde queria ter nascido, num lugar de sol, paz e mar. Só eu sei o quanto me faz bem. Só eu sei o valor que essa paz tem pra mim. Deixei algumas coisas estacionadas, como a faculdade, mas eu nem me importo com isso. A tempestade dos últimos anos foi tanta que me sinto merecedora de uma vida simples, de boa, tranquila. Hoje já não sinto vontade de beber e encher a cara até cair das pernas. Só bebo socialmente, mas sinto uma grande diferença com o meu social de hoje e o social de antigamente.. hahahahaha... Não tenho motivo pra fuga, não tenho motivo de esconder sentimentos, não tenho mágoa, rancor. Não há motivo pra guerra, tormento. Até a revolta me abandonou, só ficou aquela com as coisas mal resolvidas do mundo, mas até disso estou me libertando. Mas calma, me libertar da revolta com as coisas idiotas que vemos no mundo não significa me acomodar. É que hoje vejo formas diferentes de lidar com tudo, formas que não nos machucam, mas nos fortalecem. Eu mudei o ponto de vista, mudei o foco, mudei as palavras do discurso, mas eu continuo a Thais, porém mais Thais que nunca. rsrs.. estranho né. É, essa sou eu livre. Estou me descobrindo e feliz com meus aprendizados. Estou vendo o que a vida fez em mim, as lições que aprendi nesses anos, as angústias e apertos que passei. Foi tanta coisa e agora Deus me permite ver tudo com esses olhos sem dor, sem lágrimas tristes. Eu posso ver quem sou de verdade, posso ser eu mesma. É o bem que a liberdade me faz.

Era isso que queria compartilhar com vocês. Se estão preocupados com a minha faculdade, parem. Se estão preocupado se estou me alimentando bem, parem. Se estou bebendo demais, parem. Eu estou como Deus quer e me permite estar. Estou bem, de fato. Se libertem também, sejam felizes, encarem a vida com uma perspectiva diferente, com mais amor e menos dor. A vida pode ser melhor em qualquer lugar do mundo, não exatamente aqui em Paraty. Mas entenda, achar o seu lugar no mundo não se refere somente a espaço físico. Encontre dentro de você o que você quer ser pro mundo, o que você quer do mundo, o que você quer ser pra você. Deve ser o caminho mais fácil pra perseguir suas realizações.


Bjooooons!

Fiquem em paz! ;)

17.4.12

Virei hippie, bicho-grilo bebum, etc...

Olá, vim informar vocês das últimas. Vocês que são altamente preocupados com a vida dos outros, digo com ... hahahaha...
Enfim.. já não tomo banho faz uma semana, meus pés já estão com umas "crácas" de uns 3cm, mas nem estou me preocupando em tirar elas. Já fiz os dreads que sempre quis, e agora também não preciso comprar shampoo e nem condicionador. Abaixo ao capitalismo. As minhas pulseirinhas estão fazendo um tremendo sucesso, consigo vender no mínimo umas 3 ou 4 por dia. Já paga o PF e o corotinho...
Aqui o sol de verão ainda reina durante o dia, mas a noite faz frio, então a gente toma Claudionor, Gabriela, ou a cachacinha que tiver. Estou magrinha, nada de engordar! Essa vida de bicho-grilo nos ajuda muito quanto a manter o peso.

Pronto, por hoje é só! hahahahaha..