16.2.12

Mãe


Essa flor me lembra infância, me lembra dia de domingo indo para Ouro Fino

E estou aqui com vontade de falar de tanta coisa ao mesmo tempo, mas sei que isso não funciona, não assim, na leitura. Ninguém consegue ler duas coisas ao mesmo tempo. É uma letra se juntando a outra e então se formam palavras, frases, sentido e significado. Bom, pra começo: bolo de banana. Estava doida de saudades de comer bolo de banana feito pela minha mãe, mas visto que isso não era possível no momento, dei um jeito de comprar um de padaria. Bom, muito bom. Mas sabe, não me saciou a vontade. Acho que estou com vontade de infância, lar, casa, mãe. Saudade do colo dela, mesmo que na maioria das vezes não estivesse disponível pra mim e sim pra meus irmãos mais novos. Ter a mãe por perto traz certa segurança, não traz? A mim trazia. Segurança que nunca me fez muita falta no dia a dia nos último quase sete anos, mas no fim do dia... quando se chega em casa depois da aula e se dá boa noite, e se tem um jantar na mesa, aquele aroma de comida de mãe. O sentimento de ir dormir sozinha no quarto, mas sua mãe está ali em casa pra te defender de qualquer perigo que posso querer se manifestar nas madrugadas – assalto, invasão de algum animal peçonhento ou ladrão, seja o que for, a mãe de verdade sempre vai estar ali. Minha mãe sempre estava ali comigo. Eu tenho tantas saudades. Lembro da noite em que dois malandros pularam pra dentro do quintal de casa – que ainda estava em reforma e sem a grade nova – e então ela acordou, levantou, pegou sua arma de fogo ilegal e atirou no muro. Ela tinha três crias pra cuidar, a arma podia até ser ilegal, mas sua intenção sempre foi legítima de uma mãe de verdade. Uma mãe com direito a M maiúsculo, minha Mãe! Os ladrõezinhos saíram pulando tudo, voltando por onde vieram mas chamando ela de louca. É, toda mãe tem um pouco de loucura lá no fundo. Loucura que se manifesta principalmente na hora de proteger sua prole. E só pra constar, já a muito tempo a minha mãe não tem arma de fogo. Hahahaha...
Minha mãe sempre procurou dar exemplo de pessoa trabalhadora, esforçada, daquelas que não esperam nada cair do céu. Sempre se mostrou firme, forte, usando da inteligência e perspicácia que possui nas mais mais variadas situações que a vida colocou diante de si. Minha mãe é guerreira, sempre foi. Errou algumas vezes, como todo ser humano. Mas erro nenhum tira em nada todo o mérito que ela tem. Eu mesma não me sinto tão insegura na vida porque eu vi ela batalhar sozinha e vencer muitas dificuldades. E ela sendo minha mãe, sei que sou capaz tanto quanto ela, eu tive exemplo, um ótimo laboratório por quase 18 anos, vi na prática como se faz. Minha mãe é exemplo, minha mãe é história, minha mãe é saudade. Que saudades do seu colo dona Luzinete, um colo que mal tive – filho mais velho sempre se ferra nesse quesito... hahaha  – mas eu sei bem o quanto era bom e ainda é. Em breve vou a Curitiba, comer o melhor bolo de banana do mundo. Posso aproveitar e comer a melhor lasanha, carne de panela e também o melhor arroz doce e o melhor mosaico de gelatina, totalmente delicioso e colorido. Mãe, pensar em você me traz um aperto de saudade, em breve dou um jeito nisso. Te amo.

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