22.4.11

A gente corre do texto e o texto corre atrás da gente

Quando estamos estudando no ensino fundamental ou médio, tudo o que queremos ou não é acabar o mais rápido possível com todos os deveres e obrigações dessa fase de estudante. Queremos parar de escrever trabalhos de geografia, história, ciências biológicas, parar de escrever textos e textos para a professora (ou professor) de português, e principalmente, acabar com os cálculos de matemática e física (ao menos no meu caso era o pior).

E até que enfim conseguimos, adeus "mundinho" do ensino médio! Muito obrigada queridos professores, mas agora vocês já podem me deixar em paz! Amém! Hahahaha...

Aí vamos prestar um vestibular, entrar em uma universidade/faculdade, escolher o que queremos como profissão, podendo até mudar de ideia depois, mas enfim escolhemos um curso. Se você escolheu ciências exatas, coisas numéricas, engenharias, ok! Você ficou com a pior parte (hahahaha). Mas aí você também pode optar pela área das comunicações, e pra piorar o jornalismo.

Digo pra piorar, porque aí você está voltando a um sistema que já imaginava estar livre. A avaliação carrasca de tudo o que você faz, escreve e projeta, como se estivesse no ensino médio novamente, mas ao invés de ter uma ou um professor, todas as pessoas ao seu redor estão te olhando, te lendo e esperando uma oportunidade pra te dar uma nota. O jornalista é avaliado noite e dia, dia e noite.

Nos avaliam e nós (estudantes e jornalistas já formados) avaliamos também. Na universidade despertamos ainda mais o senso crítico, lembrando que tem a forma certa e errada de criticar. A errada é só tacar pedras em tudo o que vê e digamos que a "correta" é a critica construtiva, onde apesar de apontar erros, aponta-se acertos e pontos que podem ser melhorados além de como o fazer.

Agora, indo direto ao título desse humilde post, existe uma corrida interminável. Muita gente que entra para o mundo da comunicação, em específico na área do jornalismo e quando se depara com a necessidade de escrever pensa: "- puuuuutz, vou ter que escrever?"Sim. Jornalista tem que escrever, bem ou mal, tem que escrever. Não adianta correr, uma hora ou outra você vai topar de frente com uma situação onde o papel e a caneta, ou mesmo um teclado de computador, vão estar te esperando. Um texto vai estar ali, dependendo de você pra sair. E então ou sai um texto ou você pode dizer adeus ao seu trabalho.

Para alguns, escrever pode ser tido como um dom, mas particularmente, acho que vai muito além de um dom.
Dom é um misto de algo nato com talento. Mas com dom ou sem dom, na prática da escrita o que vale muito é a insistência. Insistência equivale a escrever com vontade, escrever sem vontade e reescrever, reescrever, reescrever... A estrutura dos textos não tem muito segredo, quanto a isso você pode consultar manuais de redação. Gramática também, existem muitos livros. Quanto a criatividade, isso é um "dom" de poucos mas ler muito também ajuda, não só neste mas em todos os itens anteriores.Quanto mais coisas você conhecer, maior é sua bagagem. Quanto mais ler, maior é o seu vocabulário. Quanto mais viver e correr atrás do que quer, maior será sua experiência e sua conquista.

Lembra desta frase: "Tudo vale a pensa quando a alma não é pequena"? Fernando Pessoa conseguiu sintetizar em poucas e pequenas palavras o valor da persistência para aqueles que não se contentam com o pouco ou com o "meia boca". Tudo vale a pena se você quer fazer a diferença.

Escreva e pare de correr do texto, deixe ele te pegar.

2 comentários:

  1. Rilke dizia que se você 'conseguisse' não escrever, então não escrevesse: a escrita só era digna quando febre. O que acha? Ah, e gostei do post. =)

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  2. Amei o texto, é bem isso mesmo...
    Cheiros!
    @MonikaSouzas

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